Afonso Ribeiro, natural de Vila da Rua, concelho de Moimenta da Beira, nasceu a 07/01/1911 e faleceu a 13/12/1993, em Cascais.
Fez os seus estudos em Viseu e no Porto, onde completou o curso de habilitação para o magistério primário e onde leccionou em várias escolas.
Este foi autor pioneiro do movimento neo-realista, conhecido como corrente literária do século XX, marcada por ideologias políticas que descreviam a veracidade social das classes trabalhadoras.
Afonso Ribeiro, que tinha uma visão pastoril sobre o homem do campo, proclamava a necessidade de olhar para o mundo rural com outros olhos, afirmava “ Mundo muito mal feito. Uns com tudo e outros sem nada. Homens trabalhando para outros homens, como servos. Será sempre assim? (…) A terra é de quem a trabalha, os campos eram de quem os cultivava”, in Ilusão na morte, 1938, livro de novelas, este, é um dos variados excertos das obras de Afonso Ribeiro que denunciava o início de uma nova corrente literária, o neo-realismo.
O escritor emigrou para Moçambique onde conseguiu restabelecer contactos com diferentes escritores neo-realistas onde divulgaram trabalhos em publicações locais.
Ao regressar a Portugal, Afonso continuou a escrever e a publicar as suas obras, colaborando sempre com os jornais o Diabo e Sol Nascente e, na revista Vértice.
Poderá considerar-se que o autor conhecia as desigualdades sociais, as carências das classes desfavorecidas, a escravidão e suas dificuldades, mas foram estas certezas e a visão sobre o homem do campo que o levou a inspirar-se nas suas prosas e traduzir uma mensagem de liberdade e esperança de um futuro propício.