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Orca de Seixas

Durante o período neolítico, as comunidades tinham já um profundo respeito pelos seus mortos e edificavam monumentos que serviam de local de enterro/culto religioso. O local era continuamente utilizado por mais de um milénio, servindo para as gerações seguintes. Com grande esforço dispunham-se sete ou nove monólitos sobrepostos, definindo um espaço poligonal ou subcircular, que depois era coberto com uma laje que chegava a pesar várias toneladas. A entrada era também tapada com uma pedra similar. A Orca de Seixas, um dos primeiros dólmens portugueses a ser datado pelo método de radiocarbono 14, possui uma entrada e um corredor que alarga e uma fiada de monólitos mais baixos. Usualmente, este tipo de monumento seria tapado por lajes a todo o comprimento o que não acontece com esta, muito provavelmente porque, tal como nas outras mamoas, foram desaparecendo certos elementos com o passar do tempo, por diversos motivos. Junto a estes “templos” chegaram a encontrar-se cinzas e ofertas, o que demonstra que os rituais eram comuns. A porta de entrada só era arredada para um novo enterro e só convidados especiais podiam permanecer no interior. Após cerca de cem anos, a orca era encerrada, e construía-se outra por perto, mas nenhuma era votada ao abandono. Mantinha-se como local de culto. O monumento foi escavado por Vera Leisner e Leonel Ribeiro em 1968, tendo sofrido uma nova intervenção em 1999 que resultou no seu restauro e valorização.