Foi uma noite memorável, com os céus, os astros e os fenómenos do universo celeste como horizonte. Tudo numa sala lotada que ouviu e ‘saboreou’ cada uma das palavras de nove reconhecidos investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, instituição que escolheu Moimenta da Beira para o arranque nacional da digressão “Ignite Astro”. O evento, que a Câmara acarinhou desde a primeira hora, decorreu no Auditório Municipal Padre Bento da Guia, na noite de sábado passado, 16 de janeiro.
Nunca em Moimenta da Beira estiveram reunidos tantos ‘sábios’ da ciência astrofísica. E a ‘culpa’, essa fica a dever-se muito a Paulo Sanches, professor do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, responsável pelo Clube das Ciências, um apaixonado pela astronomia e o organizador anual, também em Moimenta da Beira, da maior concentração de telescópios que se realiza no país, e que este ano já tem data marcada: 7 de maio.
A sessão transcorreu célere e sem momentos ‘mortos’. Expeditos, um a um, os cientistas subiram ao palco e, em cinco minutos, expuseram a sua investigação apoiada por 20 slides, cada um visível durante 15 segundos, numa sequência automática sobre a qual os apresentadores não tiveram qualquer controlo, dando a conhecer, assim, de um modo muito dinâmico e acessível, a diversidade da investigação que está a ser realizada no Instituto de Astrofísica. No final, houve espaço para o diálogo entre os investigadores e o público presente.
Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, foi o cientista que abriu as ‘hostilidades’, falando sobre “Dar Tempo ao Tempo”. Seguiu-se-lhe Nuno Santos, professor filiado do Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que se pronunciou sobre “Um Expresso para outros mundos”; Sérgio Sousa, doutorado em Astronomia, sobre “Medindo Exoplanetas”; José Afonso, astrofísico e diretor do Instituto de Astrofísica e Ciências do espaço, falou do “Galaxódromo”; Sónia Antón, do Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, abordou “O lado negro das Galáxias”; Ismael Tereno, do Centro de Física Nuclear da Universidade de Lisboa, fez a “Radiografia do Universo”; Francisco Lobo, astrónomo renomado, da “Aceleração tardia do Universo”; Nelson Nunes, astrónomo que recebeu recentemente o prémio “Breakthrough 2015”, na Física Fundamental, falou sobre “A insustentável leveza do Universo”, e por fim Hugo Messias, cientista que liderou uma equipa internacional de astrónomos que revelou a melhor imagem de sempre de uma colisão de galáxias, que terá acontecido há mais de 7000 milhões de anos, quando o Universo tinha metade da sua idade atual e o Sol ainda nem sequer existia, que falou sobre “Um Universo com Alma”.