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Manuel Botelho, arquiteto nascido na Vila da Rua, com exposições sobre a sua vida e obra em várias cidades

16 Maio 2022
Gabinete de Comunicação CMMB

Nasceu em Vila da Rua, Moimenta da Beira (1939). Venceu o Prémio Nacional de Arquitetura Keil do Amaral 1989, com a Casa Dr. Barroso Pires (Ponte da Barca), e foi nomeado para o Prémio Mies van der Rohe 1994 e ainda finalista do Prémio Secil de Arquitetura 2002. O seu trabalho integrou várias exposições, como a Europália 1991, na Bélgica. Lecionou na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1980-85) e na FAUP (1985-2009), tendo sido colega de Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e assistente de Fernando Távora.

Em Itália, Manuel Botelho frequentou o curso de Filosofia e concluiu as licenciaturas em Teologia Sacra na Pontificia Università Gregoriana de Roma e em Arquitetura na Università degli Studi di Roma – La Sapienza. Depois exerceu ativamente arquitetura com escritório próprio em Portugal, tendo uma obra vasta e singular.

Tem um currículo vastíssimo e, informa uma nota da “Braga TV” que, a galeria da Garagem Avenida, em Guimarães, está a acolher a exposição “Território Manuel Botelho”, que revisita a carreira deste insigne arquiteto. A exposição encerra a 18 de maio com uma visita guiada, a apresentação do livro “Território Manuel Botelho”, uma mesa redonda e o acordo de cedência de cerca de 1500 livros da biblioteca de Manuel Botelho para a Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) da Universidade do Minho. Estão previstas intervenções dos professores Paulo Cruz, Duarte Belo, Bruno Baldaia e João Cabeleira, além de profissionais que privaram com o arquiteto/professor, como Filipa Guerreiro, Luís Tavares Pereira, Mariana Carvalho e Paolo Melis.

A exposição foca o trabalho de três décadas do atelier de arquitetura Manuel Botelho, que cruza arquitetura, design de objetos, reflexão teórica, escrita e docência. A mostra tem a curadoria de António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia e Duarte Belo, numa parceria entre o Laboratório da Paisagem, Património e Território (Lab2PT), a EAAD, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e a Fundação Marques da Silva, e conta com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Ordem dos Arquitetos – Secção Regional do Norte.

A exibição interseta dois olhares. Por um lado, vemos a cenografia e as fotos de Duarte Belo pelo território de espaços construídos, de objetos e do quotidiano de Manuel Botelho. Por outro lado, vemos sete obras determinantes para caraterizar o percurso do Atelier Manuel Botelho, através de maquetes inéditas dos bolseiros da EAAD Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira, além de desenhos, esboços e fotografias, destacando-se um projeto não construído: o icónico Centro de Talassoterapia na Póvoa de Varzim (1993), que alude à era romana, à Vila Adriana e à relação água/luz, em coautoria com o arquiteto Manuel Mendes.

As iniciativas em Guimarães inserem-se num ciclo de diferentes exposições sobre a vida e obra de Manuel Botelho, que iniciou em janeiro na FAUP e segue depois para Coimbra e Porto. O programa soma visitas, mesas redondas, debates e duas publicações: o road book fotográfico pelas suas obras, com textos dos curadores e do próprio Manuel Botelho, que é lançado no dia 18 (edição Museu da Paisagem); e uma monografia a lançar pela Circo de Ideias, na Fundação Marques da Silva (FIMS), no Porto.

A entrega da biblioteca de Manuel Botelho à EAAD deriva do trabalho de inventariação da sua obra pelos curadores da exposição e pelos bolseiros da UMinho. Já os registos dos 67 projetos do arquiteto, desde moradias a equipamentos públicos, vão ficar no acervo da FIMS.

 

Foto: Gustavo Fernandes