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Utente da Artenave veste camisola da Mover e tem no horizonte ir aos Paralímpicos de 2024

11 Novembro 2021

É um dos melhores triciclistas de Portugal. Chama-se André Pinto, tem um currículo de respeito e uma vontade férrea de vencer. Já conquistou uma medalha de ouro, foi convidado para integrar um campeonato europeu no ano prestes a iniciar-se e espera-se que venha a ser um dos atletas paralímpicos nesta modalidade que surgirá pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Já ouviu falar nele? André Pinto faz 38 anos este mês de novembro, treina nas pistas do Estádio Municipal de Moimenta da Beira, é utente da Artenave e mora em S. Cosmado, Armamar.

Recentemente, no dia 26 de Outubro, esteve presente no I Encontro Nacional de Tricicleta, em Coimbra, onde, mais importante do que a primeira classificação na sua categoria, foram os tempos, que melhoraram substancialmente. O encontro, organizado pela Paralisia Cerebral- Associação Nacional de Desporto (PCAND) foi pensado com o objetivo de juntar atletas em cadeiras de rodas ou com problemas de locomoção que, através da tricicleta, atinjam o seu potencial muscular e bem-estar físico, bem como a parte estimulante da competição.

André Pinto não está em cadeira de rodas. Correr para ele só se torna possível com a tricicleta. Na Artenave frequenta o Centro de Atividades Ocupacionais, mas vai dormir a casa. Faz parte da Associação Mover de Viseu, onde o vice-presidente da estrutura associativa, Filinto Carvalho, é o seu treinador empenhado: “De 15 em 15 dias vou a Moimenta da Beira e aí, em conjunto com o Dr Nuno Matos, da Artenave, combinamos o que é que o André vai fazer. Tem sido uma parceria excelente, na qual a Câmara também participa, facultando o acesso às pistas e ao ginásio”, explica.

Desde que o atleta recebeu uma tricicleta nova oferecida pela Câmara de Armamar (e outras entidades), não só aumentou o ânimo como o desempenho. “A tricicleta é bastante melhor do que a que tinha e isso é muito importante porque as classificações do André vão ser revistas agora no ano que se aproxima, pois não estão oficialmente actualizadas”, acrescenta. O marco na carreira de André aconteceu no “RaceRunning Development Camp e CPISRA Internacional Cup”, em 2019, onde estiveram representados 18 países com 114 atletas. A seleção portuguesa fez-se representar por quatro atletas; André Pinto foi representar o distrito de Viseu nos 100 e nos 400 metros e trouxe a medalha nesta última categoria.

A pandemia veio parar o mundo, mas o II encontro está à porta já em Março. Estes atletas não podem parar. E precisam de apoios. No caso de André, por exemplo, só nas deslocações de casa para Moimenta da Beira a Mover tem de pagar mais de 100 euros. Fora todas as outras despesas. Filinto Carvalho revela que está à espera que as entidades oficiais, como o Instituto Português de Desporto e Juventude, ajudem mais, para que outros jovens possam juntar-se à modalidade. “Precisávamos de apoio pelo menos para reduzir o preço das deslocações”.

Porque as instituições vão dando a sua boa colaboração para a qualidade de vida dos seus utentes. “A Artenave, por exemplo, vai adquirir em breve uma tricicleta para os seus jovens interessados em pedalar como André Pinto ou até tornarem-se atletas”, acredita Filinto Carvalho. Para o ano, há planos também para trazer às pistas do Estádio Municipal de Moimenta da Beira um evento que inclua alunos do Agrupamento de Escolas moimentense, para que estes possam experimentar esta modalidade em que “se corre com os pés, sentado num equipamento com três rodas e três apoios”. Vertente do atletismo adaptado para pessoas com paralisia cerebral e deficiências motoras que afetem o movimento ou o equilíbrio ou que não tenham uma corrida funcional a pé”.

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