Passar para o Conteúdo Principal

Aquilino Ribeiro faleceu há 58 anos

27 Maio 2021

Assinalam-se hoje, dia 27 de maio, os 58 anos da morte de Aquilino Ribeiro (1885-1963), escritor maior, homem do mundo, que fez na sua obra retratos da Beira natal, da terra, das suas gentes e dos bichos.

Morreu no auge das comemorações nacionais dos 50 anos de vida literária, no ano em que a Sociedade Portuguesa de Escritores festejava o cinquentenário da publicação de Jardim das Tormentas, cujos contos redige no primeiro exílio político. Por essa altura o escritor adoece repentinamente, vindo a falecer no Hospital da CUF a 27 de Maio de 1963.

O município de Moimenta da Beira, onde viveu, revisita-o hoje relembrando a imortal obra do Mestre e importância das Terras do Demo, território da sua geografia sentimental que criou e eternizou. A este propósito cita-se um excerto do texto que Amadeu Baptista Ferro, um aquiliniano dos sete costados, escreveu para o Correio Beirão (2ª fase) em março de 1986: “Aquilino, levando a todo o Portugal o nome das nossas terras, fez mais por elas do que virão a fazer todas as comissões de iniciativa e turismo que vierem a constituir-se na região”.

Mestre Aquilino é considerado o maior prosador português do século XX e uma das mais características personalidades da literatura portuguesa de todos os tempos. Na sua extensa obra, de grande riqueza e variedade, a escrita muito própria, densa e precisa, processa um autêntico renascimento da lírica e da literatura portuguesas, conseguindo simultaneamente a sua renovação e o volver às origens (a técnica severa dos clássicos e o léxico e cenas populares). Estilizado, o léxico do povo: do mais autêntico vernáculo serrano à gíria da cidade, sem “malbaratar louçanias, vidrilhos ou esmaltes de estilo”.

Aquilino Ribeiro nasceu na aldeia de Carregal, Sernancelhe, foi batizado nos Alhais, Vila Nova de Paiva, e viveu a infância em Soutosa, Moimenta da Beira, terra de seus pais, onde voltou sempre por largos períodos.

É em Soutosa que está a sua Fundação Casa-Museu Aquilino Ribeiro, criada em 1988 pelo filho mais velho do escritor, Aníbal. Segundo Aquilino, no coração das Terras do Demo (romance de 1919).