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Risco extremo e a importância da escola aberta e do ensino presencial

07 Janeiro 2021

Em nova entrevista, mas desta vez concedida à Rádio Jornal do Centro, o Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira voltou a manifestar-se “muito preocupado” com atual situação epidemiológica que vai atirar o concelho para o grupo dos municípios de risco extremo.

“Até há duas ou três semanas atrás, nós estivemos numa situação relativamente confortável, com relativamente poucos casos, e de um momento para o outro, por razões que são identificáveis, passamos a ter um número muito significativo de casos positivos”, disse, voltando a recordar “a conjugação de factores negativos que nos levaram a essa situação”.

“Por um lado os serviços de saúde, concretamente a unidade de saúde pública do Aces Douro Sul, perdeu capacidade, perdeu possibilidade de intervenção, deixou de fazer tão bem o trabalho que fazia até há poucas semanas atrás, e em simultâneo, as pessoas passaram para um certo relaxamento, uma certa negligência e nalguns casos até uma certa irresponsabilidade, que levou a que o vírus disseminasse na comunidade”.

Sobre as escolas e o caso de alguns concelhos, como Mangualde, onde desde o início desta semana as aulas para o 3º ciclo, secundário e profissional estão a decorrer com o ensino à distância, José Eduardo Ferreira repete o que tem afirmado: “a competência para encerrar as escolas ou ciclos de ensino não é do Município nem é da própria escola, é da DGS”. Mas respeita as decisões que outras Câmaras Municipais tomaram no sentido de influenciar ou de pedir à DGS para tomar “medidas diferentes daquelas que eu acho que são as que defendem a população”.

O autarca argumenta que o funcionamento presencial das atividades letivas é muito importante “para os alunos, para os professores, para toda a comunidade escolar, mas é muito importante também para as famílias”. Alerta que “a escola a funcionar em regime à distância é um fator de maior desigualdade” porque há famílias que podem garantir condições, dar os meios tecnológicos, e outras não. “A Câmara pode ajudar, como já o tem feito, mas não é a mesmo coisa. Os alunos têm que ter, por princípio, aulas presenciais, por todas as razões, pela aprendizagem, pelo convívio, pela formação humana que também têm uns com os outros, e portanto, do nosso ponto de vista, fechar escolas não pode ser a primeira opção, tem de ser uma das últimas opções”.

Além disso, volta a sublinhar que “não foram as escolas que provocaram esta situação. A situação evoluiu de forma drástica no momento em que as escolas estavam fechadas, portanto não há nenhuma relação entre o aumento do número de casos e as escolas”.

Ouvir a entrevista na íntegra, clicando em baixo.