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Isidro Sousa morre aos 47 anos em Carapito

14 Outubro 2020

Reconhecido em Portugal por vários trabalhos, morte choca amigos de várias áreas.

Isidro Sousa viu os seus sonhos interrompidos no dia 7 de Outubro, com 47 anos. Morreu em casa, em Carapito, sem contar a ninguém que regressara aos braços da mãe depois de uma vida preenchida, entre Porto e Lisboa. Mas a sua partida correu pelas redes sociais pouco depois como um rastilho. O choque foi grande para todos quantos conviveu e fez amizade.

Isidro Sousa, o menino que escrevia poemas desde pequeno e lia quantos livros lhe cabiam no tempo livre, partiu de Moimenta da Beira em busca dos seus sonhos. Os amigos do liceu descrevem-no como “brincalhão”, “divertido” e, em picardias com eles, garantia que Carapito era a aldeia mais bonita de todas.

Quando foi embora, trabalhou sobretudo na área das telecomunicações para sobreviver, várias e em anos distintos, mas o seu chamamento depressa o aproximou da escrita e das artes. Foi editor da revista Korpus durante vários anos, ativista e defensor da liberdade de escolha no amor, até que chegou ao auge dos seus sonhos: os livros.

Publicou a sua obra Amargo Amargar e criou a Sui Generis, uma editora a partir da qual editou várias antologias sem censura e cativou novos escritores portugueses e brasileiros. Quem o conheceu descreve-o como um homem sensível, humilde, de coração grande, um exímio escritor e poeta. Sempre que as coisas não lhe corriam bem, recolhia-se e recuperava energias.

Do seu último afastamento não voltará jamais. Ficaram-lhe interrompidos os sonhos, mesmo quando os alcançara, mas deixou a sua marca e um rasto de amigos.