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Construção do IC26 volta a ser exigida mais uma vez

28 Junho 2019

É uma estrada reivindicada há décadas pelos autarcas da região, em nome das populações e de todas as suas forças vivas. Ela desencravaria, em definitivo, toda esta sub-região de Amarante a Trancoso, passando por Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tarouca e Lamego, entre outros municípios. O reclamado Itinerário Complementar IC26 é a “tábua de salvação para os empresários e para o progresso da região”, lembrou esta quinta-feira, 27 de Junho, na Assembleia da República, José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, no âmbito da audição aos promotores de uma petição que exige a construção do IC26, de que o autarca é um dos 1.135 subscritores. O documento, cujo primeiro subscritor é Cristiano Coelho, vereador na Câmara Municipal de Moimenta da Beira, que esteve também na audição, exige ao Governo que avance com a construção do IC26, “como forma de quebrar o isolamento de vários municípios e de devolver competitividade às empresas que passariam a ter uma rápida ligação entre a A24 e o IP2”. O primeiro signatário disse que o IC26 deve ser construído por todas as razões, em especial pela “segurança rodoviária”; pelas “pessoas (e a sua dignidade) e o interior”; pela economia, “as empresas” que tanto precisam desta estrada. Na reunião da Assembleia da República marcaram ainda presença os deputados António Lima Costa (PSD), José Rui Cruz PS), Hélder Amaral (CDS-PP), Ernesto Ferraz (BE) e Ângela Moura (PCP).

O presidente da Câmara de Moimenta da Beira, que esteve também em representação da Comunidade Intermunicipal do Douro, composta por 19 Municípios, sublinhou que as populações desta região não percebem porque ainda não foi construída esta estrada. “Desconhecem as razões. É cada vez mais incompreensível para as nossas terras”, disse.

O mesmo acontece com os empresários, que só se mantêm em Moimenta da Beira e na região graças à “resiliência” e aos “produtos ímpar”. Lembra o granito e “as dezenas de camiões que circulam pela estrada”; os vinhos e espumantes de marca; a maçã que aqui é produzida em qualidade e quantidade, “mais de metade da maçã que o país consome é produzida na nossa região”; tal como o vinho do Porto e a sua exportação, “dos cerca de mil milhões de euros por ano, mais de metade saem desta região”.

No sector do turismo a região é também grandemente penalizada. O autarca de Moimenta da Beira dá como exemplo o Douro, duas vezes Património da Humanidade, que com toda a sua beleza “representa apenas 4% no turismo do Norte”. Tudo por causa da falta de acessibilidades, em especial do IC26. “Por exemplo, quem vem de Espanha chega facilmente ao IP2, mas depois para chegar a Lamego demora duas horas, duas horas para percorrer meia dúzia de quilómetros”, denuncia José Eduardo Ferreira. É por isso que a construção do IC26 é verdadeiramente importante e, reforça o autarca, tem uma “característica central para a coesão territorial”.

O áudio de toda a audição parlamentar pode ser ouvido aqui
 

Foto: DR