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“Estamos a viver o mundo ao contrário”

21 a 31 Out '13
Duro e intenso nas palavras. Inconformado e não resignado à retórica institucional da crise sem fim à vista. Foi assim o tom do discurso de tomada de posse de José Eduardo Ferreira, reeleito presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, perante uma sala cheia, sexta-feira passada.

Duro e intenso nas palavras. Inconformado e não resignado à retórica institucional da crise sem fim à vista. Foi assim o tom do discurso de tomada de posse de José Eduardo Ferreira, reeleito presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, perante uma sala cheia, sexta-feira passada.

“Antes vivia-se na expectativa do anúncio, em novembro ou dezembro, de aumentos de ordenados para o ano seguinte, agora, só nos anunciam cortes. Parece que estamos a viver o mundo ao contrário”, lamentou o autarca, que disse inconformado: “Vivemos tempos difíceis e esperam-nos tarefas ciclópicas, mas elas não são maiores que nós”.

Em tom de crítica, acusou o estado central de, nestes tempos difíceis, “estar a retirar-se de uma parte substancial do país”, condenando o Governo por ter suspendido várias candidaturas apresentadas há mais de um ano pela autarquia, e por adiar, de forma recorrente, a construção do IC26. “Não podemos admitir que nos continuem a tratar assim”, disse.

E lembrou a aplicação dos fundos do Quadro Comunitário que “em vez de servirem para a promoção do equilíbrio e da coesão territorial, têm feito o contrário, tornando o país e as regiões mais desiguais”.

No discurso, José Eduardo Ferreira sublinhou que vai continuar a apostar na redução “progressiva” da dívida municipal, “uma redução essencial para que os moimentenses sejam donos do seu futuro. É importante deixar confiança a quem vier a seguir a nós”.

O autarca falou também de um novo ‘desígnio’ para as autarquias. “Os tempos mudaram”, enfatizou, afirmando que em vez da promessa de grandes obras, promovidas pelos municípios, a aposta deve ser agora no apoio ao desenvolvimento do tecido económico e empresarial, “apostar naquilo onde somos bons, onde somos já competitivos”. E deu três exemplos: a maçã, os vinhos e os granitos, três áreas distintivas que vão merecer especial atenção e nas quais a aposta será “produzir ainda mais e melhor”, dotando o sector agrícola de “melhores condições de regadio, maior capacidade de frio e mais e melhores caminhos agrícolas”.
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